terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Senso de realidade, insensibilidade? Difícil dizer...

Para nós, brasileiros, não é fácil lidar com a indiferença e a insensibilidade típica dos europeus face a alguns temas ou situações.

A notícia, transcrita abaixo na íntegra, enquadra-se neste contexto, por conta da frieza com que se lidam com vidas humanas que podem ser salvas... 

Em resumo, a Companhia Ferroviária Francesa lançará ações de "prevenção" por meio de "ações pedagógicas" para convencer aqueles que estejam inclinados a suicidar-se que não o façam nos trilhos da ferrovia. Daí que um dos argumentos são os traumas decorrentes, em caso de insucesso, pois podem conduzir à incapacitação... 

Apesar da razão instrumental que guia tais ações a serem implementadas, é de se acreditar que os profissionais em serviço ou as peças publicitárias consigam efetivamente persuadir os que pensam em matar-se a retomar o curso da vida...

"...invocado ou não Ele estará sempre presente" - inscrição em um dos portais do templo de Delfos, na Grécia, famoso à época de Sócrates. A se acreditar que Deus (ou os deuses) se manifestam, a despeito de nossas descrenças, é mais do que necessário invocá-lo/s face a atitudes como esta!

França: Caminhos-de-ferro querem lutar contra os suicídios nos carris

Paris, 10 Fev (Lusa) - A companhia francesa dos caminhos-de-ferro, SNCF, manifestou segunda-feira vontade de limitar o número de suicídios nas vias férreas, onde em média uma pessoa se suicida de dois em dois dias, criando enormes perturbações no tráfego.

A companhia conta fazer "pedagogia" e "prevenção" para lutar contra este fenómeno em "forte recrudescimento" na região parisiense, indicou Jean-Pierre Farandou, que dirige o transporte regional de empresa, durante uma conferência de imprensa.

O número de suicídios na rede SNCF na Ile-de France, baixou 22 por cento em 2008 em relação a 2007 (181 contra 148), ou seja, em média um de dois em dois dias, assinalou.

Os suicídios levam "forçosamente a uma interrupção muito longa" do tráfego, em geral de duas horas, devido à intervenção da Justiça, da Polícia, e depois dos Bombeiros e dos Serviços Funerários, continuou Farandou.

Uma centena de comboios e até cem mil passageiros podem ser atrasados por um suicídio, precisou. Tanto mais que é nas horas de ponta que os suicídios aumentaram mais, segundo a SNCF (+72 por cento entre 2007 e 2008).

Embora a SNCF "não tenha a ambição de tratar as causas profundas", trata-se de "dissuadir as pessoas de escolher o comboio para se suicidarem", prosseguiu, citando o exemplo do Canadá, que conseguiu reduzir a taxa de suicídio no metro, graças à "pedagogia" e às "acções de prevenção".

Tal como no Canadá, o SNCF poderá formar o pessoal a reconhecer "os comportamentos críticos para prevenir uma passagem ao acto".

Associações intervieram para explicar que se pode também sair vivo mas fortemente incapacitado, disse.

Na rede nacional de caminhos-de-ferro franceses, há a registar dois suicídios por dia. Outras pessoas suicidam-se no metro.

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Interior.aspx?content_id=1140595

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