terça-feira, 3 de abril de 2012

CVV inicia suas atividades em Avaré(SP)


AVARÉ TÊM ALTO ÍNDICE DE SUICÍDIOS
 Quando a Organização Mundial de Saúde revelou, no último dia 10 de setembro (Dia Mundial de Prevenção do Suicídio), que aproximadamente três mil pessoas se matam por dia; esse número cresceu 60% nos últimos 50 anos, especialmente nos países em desenvolvimento;

O suicídio já é uma das três principais causas de morte entre os jovens e adultos de 15 a 34 anos, mas poucos veículos de comunicação se interessaram em abrir espaço para essas informações.

Na cidade de Avaré, só nessa semana aconteceram 3 suicídios, todos por enforcamento. A cidade é a primeira no estado de São Paulo em suicídios. São pessoas de ambos os sexos, de classe baixa e média e com idade que variam entre 20 a 65 anos. O principal motivo apurado é a depressão e a dependência de entorpecentes, há casos também de dificuldade financeira.

Nos últimos anos, a população de Avaré tem-se surpreendido com o alto índice de mortes por suicídio na cidade. As taxas têm preocupado policiais e autoridades, no tocante quanto a precauções a serem tomadas para evitar que uma pessoa tome a atitude de tirar a própria vida.

Apesar de ser a causa da morte de muitas pessoas em todo o mundo, o suicídio é um tema muito delicado a ser tratado na sociedade. Por isso, foi criado o Centro de Valorização da Vida (CVV), que é uma associação civil sem fins lucrativos que tem como objetivo prestar serviço voluntário e gratuito de apoio emocional, oferecido a todas as pessoas que querem e precisam conversar sobre suas dores e descobertas, dificuldades e alegrias. Em Avaré, o CVV funciona através do telefone: (14) 3733-2525.

Talvez tenha prevalecido a tese de que qualquer menção ao suicídio na mídia possa fomentar a ocorrência de novos casos. O risco de fato existe quando se explora o assunto de forma sensacionalista, dando visibilidade a detalhes mórbidos que possam inspirar a repetição do gesto fatal. Mas a própria OMS recomenda enfaticamente a veiculação através da mídia de informações que ajudem na prevenção do suicídio, como já se faz em relação à dengue, hanseníase, tuberculose, AIDS, câncer de mama e outras doenças.

"A disseminação de informação educativa é elemento essencial para os programas de prevenção; nesse sentido, a imprensa tem um papel relevante", é o que se lê na apresentação do manual de prevenção do suicídio dirigido aos profissionais de imprensa pelo Ministério da Saúde em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde.

 Embora este seja um assunto ausente na mídia, o suicídio é considerado problema de saúde pública no Brasil. Aqui ainda se registram taxas pequenas em relação a outros países (3,9 a 4,5 para cada 100 mil habitantes), mas em números absolutos já estamos entre os dez países do mundo onde ocorrem mais suicídios (aproximadamente oito mil casos por ano), uma quantidade certamente bem superior, considerando que muitos atestados de óbito omitem a intenção do suicídio em mortes oficialmente causadas por acidentes de trânsito, overdose, quedas etc. Há outros números que deveriam justificar uma preocupação maior da sociedade em relação ao problema: as tentativas de suicídio ocorrem numa proporção pelo menos dez vezes superior ao dos casos consumados e para cada suicídio, há em média 5 ou 6 pessoas próximas ao falecido que sofrem consequências emocionais, sociais e econômicas.

Omitir essas informações da sociedade significam esconder a sujeira debaixo do tapete e fingir que o problema não existe. Se prevenção se faz com informação, é preciso enfrentar com coragem o tabu que envolve o suicídio. Tão importante quanto rastrear as causas desse problema de saúde pública - incentivando a realização de pesquisas, seminários e congressos científicos - é apoiar as redes de proteção que trabalham em favor da vida, como é o caso dos grupos de apoio que reúnem os "sobreviventes de si mesmo", aqueles que tentaram, mas não conseguiram se matar; familiares e amigos de suicidas que compartilham suas experiências em dinâmicas de grupo conduzidas por terapeutas; e organizações voluntárias que realizam gratuitamente um serviço de apoio emocional e prevenção do suicídio por telefone como é o caso do Centro de Valorização da Vida (CVV).

Há inúmeros motivos para se acreditar que a prevenção do suicídio seja uma causa urgente e necessária. Entre eles, os depoimentos dos suicidas que não conseguiram consumar o autoextermínio. Uma boa amostragem desses relatos aparece na excelente reportagem "Os sobreviventes da ponte", publicada em O GLOBO no ano de 1984, na qual o repórter entrevistou quatro pessoas (um comerciante, um estudante, um comerciário e um estofador) que pularam da ponte Rio-Niterói com o objetivo de se matar, mas, embora tenham-se machucado bastante, não faleceram.

Todas, sem exceção, declararam-se arrependidas e se apegaram de uma forma diferente à vida. No polêmico documentário "A Ponte", do cineasta americano Eric Steel, são registradas em imagens fortes os flagrantes de seis casos reais de suicídio consumados na Golden Gate, em São Francisco no ano de 2004. Há também um único depoimento de alguém que tentou se matar e não conseguiu: um rapaz revela em detalhes o salto para a morte a 60 metros de altura; durante os quatro segundos de queda livre a aproximadamente 200 km por hora, ele se arrependeu da decisão e conseguiu girar o corpo de forma a tentar cair de pé no espelho d´água; apesar das inúmeras fraturas e escoriações, conseguiu sobreviver, nadar até a superfície e aguardar o resgate. É bastante sugestiva a convergência de depoimentos em favor da vida de quem esteve tão perto da morte. O problema é que, na maioria absoluta dos casos, o arrependimento pode vir tarde demais.

Fonte: http://www.jornalabigorna.com.br/home/edicoesanteriores/30032012.html

Um comentário:

  1. Transmissão ao vivo da palestra através da Rede Amigo Espírita, http://amigoespirita.ning.com/page/canalamigoespirita

    A Outra Face da Ofensa", este será o tema da palestra do advogado e orador espírita Luiz Pretti Leal, de Vitória-ES, no próximo domingo 08 de abril de 2012, de 09 as 10h na Sociedade Colatinense de Estudos Espíritas, situada a Rua Santa Maria, 51, Centro, fone: 27 3722-2756 / 9854-2762 / 9907-4060. Com seu bom humor e versatilidade, Luiz apresenta uma perspectiva nova e real deste destruitivo e tão comum sentimento. O desafio: perceba isto e faça melhor e diferente. Muita saúde, paz e alegrias. Virgilio Knupp (Presidente da SCEE).

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