quarta-feira, 27 de junho de 2012

Lançamento do livro “Trocando seis por meia dúzia: suicídio como emergência do Rio de Janeiro


Pesquisa sobre suicídio vira livro e mostra tema de forma delicada

O suicídio é pecado? É covardia? É fraqueza? É loucura? Pode ser tudo isso e mais outras tantas coisas. Mas, no Brasil vem se tornando cada vez mais um problema de saúde pública e é esse viés que é abordado no livro “Trocando seis por meia dúzia – Suicídio como emergência do Rio de Janeiro”, que será lançado na terça-feira, 3 de julho.

Organizado por Carlos Eduardo Estellita-Lins, coordenador do Grupo de Pesquisa de Prevenção do Suicídio - PesqueSui, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict), da Fiocruz, o livro é resultado de três anos de pesquisa realizada nos pólos de emergência psiquiátrica do Rio de Janeiro. Ele relata o atendimento aos pacientes que atentam contra a sua própria vida nas emergências dos hospitais da cidade, enfocando também as dificuldades enfrentadas pelos profissionais de saúde, desde a recepção ao atendimento pelo psiquiatra, e a constatação da inexistência de serviços preparados para atender a esta demanda.

“Trocando seis por meia dúzia: suicídio como emergência do Rio de Janeiro” traz também dados da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde, que aponta que no Brasil, entre 1998 e 2008, o número oficial de suicídios no país pulou de 6.985 para 9.328 casos, um aumento de 33,5%, superior ao crescimento da população (17,8%), ao número de homicídios (19,5%) e o de óbitos por acidentes de transporte (26,5%), todos no mesmo período.

Um dos pontos interessantes do livro, que tem apoio da Faperj, é que ele apresenta não só depoimentos de profissionais que trabalham na saúde e dos sobreviventes do suicídio, mas também de camelôs que comercializam o “chumbinho”, agrotóxico que não possui registro na Anvisa e é vendido livremente, que é um dos venenos mais procurados por quem quer se matar.

A pesquisa transforma em leitura agradável um tema delicado sem banalizá-lo, mas mostrando que é possível repensar a estratégia de divulgação de informação em saúde mental, como um caminho para reduzir o estigma, levando a reflexão e o debate sobre as políticas de saúde mental adotadas no país.

O lançamento será no dia 3 de julho, terça-feira, a partir das 18 horas, no Espaço Multifoco, na rua Mem de Sá, 126, Lapa. Na ocasião, será feita uma homenagem a psicanalista Neuza Santos Souza. A entrada é gratuita.

Obs.: Quem quiser assistir o documentário feito pelos pesquisadores, pode acessar o vídeo “Suicídio no Brasil” -


Publicada em: 26/06/2012 :: Por: Graça Portela


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