No blog da revista Veja foi postada a interessante matéria, que merece ser lida por muitos motivos!
Homens não choram? Se “não”, isso poderia levar ao suicídio
Essa é a mensagem de uma campanha australiana (sucesso na internet) que incentiva eles a expressar os próprios sentimentos
Talissa Monteiro (13 dez 2016)
A organização australiana Man Up
decidiu debater o suicídio masculino, principal causa de morte entre
homens de 15 a 44 anos no país, por meio de vídeos que tentaram
encontrar as razões por trás de tal atitude drástica. O terceiro
episódio da série, que incentivou os homens a expressarem os seus
sentimentos (chorando, por exemplo), viralizou e levantou, na internet, a
discussão sobre a saúde mental masculina.
No
mundo, o número de homens que tiram a própria vida é o triplo das
mulheres: 16.8 mortes a cada 100 mil pessoas no primeiro grupo, diante
5,2 no segundo. No Brasil, segundo o Centro de Valorização da Vida
(CVV), a porcentagem é de 78,6% para 21,9%. Para a psicóloga
especialista em prevenção do suicídio Karen Scavacini, uma das
razões para a diferença é a cobrança social pela masculinidade.
Os métodos usados por homens também
são mais letais: “No Brasil, o enforcamento é a principal forma de
suicídio, para ambos os sexos. Mas, enquanto as mulheres costumam ter a
ingestão de medicamentos como segundo método mais utilizado, os homens
recorrem às armas de fogo. Eles costumam optar por caminhos mais
definitivos”, afirmou a psicóloga, em entrevista a este blog.
Problemas como dificuldade financeira e
estresse no trabalho são causas que levam os homens ao ato. Segundo
Karen, no entanto, a origem está na pressão que eles sentem para estarem
sempre no papel de provedor, somado à dificuldade de expressar os
próprios sentimentos (tema do vídeo da organização australiana). “É
preciso rever o papel social do homem e incentivar que ele fale o que
sente”, refletiu Karen.
Veja o vídeo aqui.
Amigos e familiares podem ajudar na
prevenção quando reconhecerem os sinais de depressão. Alguns deles são a
fadiga exagerada, dores no estômago e na coluna, falta de concentração,
abuso de álcool e drogas, disfunção sexual, além de irritação e
agressividade. “Se o homem não procura ajuda, as pessoas próximas podem
tomar a iniciativa. Muitas vezes, o indivíduo tem dificuldade em dar o
primeiro passo”, concluiu a psicóloga.
Os países mais felizes têm as taxas mais altas
Um paradoxo acompanha os países com as
melhores taxas econômicas e sociais: eles são mais felizes, mas também
têm as mais altas taxas de suicídio. Na região nórdica, que aparece na
frente em termos de desenvolvimento humano, o problema desponta como a
segunda causa de morte entre os jovens. Assim como na Austrália, os
homens são a maioria. A cada vinte que comentem suicídio, onze são do
sexo masculino.
Um estudo de universidades inglesas e
americanas mostrou que os estados considerados “mais felizes” nos EUA
também estão na frente em termos de suicídio. Utah, por exemplo, tem o
maior nível de satisfação, mas está na nona posição no ranking de
suicídio. Nova York, que aparece na 45º posição em felicidade, aparece
em último lugar no segundo quesito. A pesquisa não chegou a nenhuma
conclusão definitiva, mas arrisca: a comparação com outros conterrâneos,
que dizem estar muito felizes, poderia levar alguns a tirar suas vidas.
Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/virou-viral/homens-nao-choram-se-nao-isso-poderia-levar-ao-suicidio/
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